sábado, 9 de janeiro de 2010

Estas foram as minhas impressões sobre os 40 dias em que estive em Luanda.

É certo que meus colegas, e outras pessoas que lá estiveram, terão impressões diferentes.

Isto porque nossos “olhares” são feitos a partir da realidade que vivenciamos e a partir dos nossos critérios, valores, conceitos e preconceitos.

Tive receio de escrever o blog, porque escrever não é coisa fácil.

Quando o fazemos é sempre segundo o significado que tiveram para nós e quando somos lidos, quem nos lê o faz a partir de seus significados.

“Por isso, às vezes, as mesmas realidades observadas por pessoas diferentes, portadoras de referentes culturais distintos, ganham sentidos diferentes.” (esta frase foi de um colega com o qual troquei mensagens e experiências ao fazer o blog).

Mas achei interessante o desafio e estou feliz de ter feito.

Agradeço a colaboração do colega Eugênio que chamou minha atenção para alguns erros que cometi e que procurei corrigir.

Desta experiência vou guardar uma feliz lembrança dos colegas que comigo fizeram o curso, de todas as pessoas com quem convivi nestes 40 dias e do povo angolano.



Em especial guardarei na lembrança os momentos em que passamos na van indo para o curso, para o hotel, ou para os passeios. Nestes momentos trocamos muitas informações e aprendemos muito. Tudo ao som de “Tem uma lágrima no canto do olho”, do cantor angolano Bonga, ou das músicas de Roberto Carlos (apreciadas por Araújo).



Vou guardar, com muito carinho, em minha lembrança a Esperança, a simpática e esforçada garçonete do restaurante do Hotel que brigou com os pais por ter dado-lhe este nome ao nascer (disse-nos ela que está cansada de ter esperança e nunca ver seus sonhos realizados)







e do nosso motorista Araújo, um exemplo de vida.





O retorno para o Brasil

Nossa volta para o Brasil foi complicada.

Quando saímos do Brasil, tínhamos uma passagem marcada para o dia 22/12, mas a coordenação do curso em Angola havia garantido que ela seria alterada para o dia 15 ou 17 de dezembro.

Já por volta do dia 01/12 começamos a ficar preocupadas porque eles não conseguiam efetuar a troca e minha amiga precisava estar de volta ao Brasil no dia 15/12.

No dia 16 ela resolveu ir ao aeroporto com outro colega para tentar embarcar, mas não conseguiu.

Voltou para o curso em desespero. Principalmente porque disseram para ela que nossa passagem estava marcada para o dia 24.

Foi um reboliço total. Ela entrou em pânico.

No aeroporto viu de tudo. Era gente que tinha a passagem comprada desde agosto sendo preterida por outras que chegavam na hora, ofereciam uma “gasosa” (a nossa cervejinha) e viajavam.

A situação ficou mais tensa quando no dia 20/12 um colega, que tinha confirmado a viagem para Portugal, voltou porque o nome dele “desapareceu” do sistema e foi preciso comprar outra passagem, agora para o dia 25/12, indo para Joanhsburg, de lá para Frankfurt e depois para Lisboa. Só ia chegar em casa na noite do dia 25/12.

Foram dias de apreensão e ansiedade.

No dia 22/12 fomos para o aeroporto às 04:00 h. da madrugada. Chegando ao aeroporto enfrentamos uma fila enorme, muita confusão, carregando as malas de um lado para o outro, pois não havia carrinhos, e finalmente embarcamos às 13:30 h.

No fim da tarde chegamos ao Rio (com o horário de verão são 3 h. de diferença do Rio para Luanda).

Tivemos alguns contratempos, enfrentamos algumas dificuldades, mas valeu a experiência.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Os passeios

Barra do Dande (21/11 e 12/12)

Barra do Dande fica numa outra província, Bengo, e aproximadamente a duas horas de Luanda.
Fizemos este passeio em duas ocasiões, isto porque as duas turmas de formados tiveram direito ao passeio e nós, como consultores, acompanhamos as duas turmas.



Ainda em Luanda passamos pelo estádio que está sendo construido para o CAM 2010.





No caminho de Luanda para a Barra a paisagem é mais bonita, há mais verde e enfim vi flores.
Há também muita pobreza. As famílias se agrupam próximas das estradas que estão sendo construídas, porque é mais fácil conseguirem trabalho.


Nos locais onde há água (a beira das estradas) crianças tomam banho em águas turvas e sujas.


Fizemos uma parada para provar o “Maboque um fruto azedinho e de aspecto parecido com a fruta-do-conde.





Já na Barra do Dande, passamos o dia na Pousada Pasárgada. Uma pousada muito bonita com chalés, piscinas, um bom restaurante e muitas plantas.

O local é lindo e o almoço desta vez foi maravilhoso. Pela primeira vez comemos muito bem. Tinha mais variedade de legumes e de doces. A carne também estava muito boa. Ouvi alguns alunos comentarem que era um almoço de “brancos”.

Alunos, consultores e todo o pessoal da Secretaria de Estado dançaram ao som do “semba”, do Kizomba, do aché, e do funk.
Foram agradáveis momentos de descontração e congraçamento.







Ilha do Mussulo

No dia 29/11 fomos à Ilha do Mussulo. Saímos do Iate Clube, que fica próximo ao Hotel.




Fomos em duas lanchas de um comandante grandalhão que nos contou toda a história da ilha e das que ficam ao redor, a Ilha dos Pássaros, Ilha do Desterro e a Ilha de São João da Gazanga (onde fica a igreja onde os português levavam os negros para serem batizados antes de levá-los para o cativeiro).


A praia é muito bonita, com água limpa e morna. Fizemos também um passeio de buggy pelas redondezas e parte do grupo tomou banho no lado que dá para o mar aberto. Eu, Socorro e Mario nos perdemos do grupo e fizemos um “safári” muito doido.

Bacia do Rio Kwansa Sul





Fizemos este passeio no dia 01/12, no intervalo entre a 1ª e a 2ª turma.





O rio fica a uns 70 km. de Luanda e a vegetação vai se modificando a medida que vamos nos aproximando do rio.







Almoçamos em uma pousada às margens do rio, mas só três colegas tomaram banho.





O Parque Nacional do Quissama (ou Kissama) é muito bonito, mais ainda é pouco explorado.




Antes de chegar ao rio passamos pelo Miradouro da Lua, um local de rara beleza.







Cabo Ledo (06/12)
Cabo Ledo fica na província do Bengo a uns 120 Km ao sul de Luanda .

A praia é muito bonita, porém praticamente deserta, com água limpinha e um pouco mais fria do que a da Ilha do Mussolo.

Almoçamos em uma pousada que têm um restaurante com uma comida muito gostosa.


Museu da Escravatura (22/11)

Tivemos uma pequena decepção ao visitar este museu, pois lá só há fotos de peças e de alguns artigos sobre a escravatura.
Apesar de muito pequeno, a maioria dos espaços estão vazios.


De qualquer forma vale à pena visitar pela bonita vista que se têm do mar e da Ilha do Mussulo.

A cidade

Comercio

Só no shopping e no centro de Luanda vi lojas. Na maioria dos lugares por onde passei o comércio é feito nas barracas que ficam ao longo das vias públicas. As poucas lojas que existem na periferia são de materiais de construção, pequenos mercados e pastelarias (que não vendem pasteis e funcionam como as nossas padarias).


Na beira das vias principais, onde moram as pessoas mais carentes, fica um monte de ambulantes vendendo de tudo que se possa imaginar. De frutas e carnes até roupas e aparelhos domésticos.


É muito comum venderem também um churrasco que a principio eu pensei ser de frango, mas depois descobri ser de choco, um crustáceo da família da lula.

Há também os cambistas, que são chamados de quinguilas (ou kinguilas) que trocam dólares por Kwansas (moeda de Angola), e os vendedores de cartões de tele-móveis (celulares).


Segurança e a relação com os estrangeiros


Luanda tem estrangeiros de todos os lugares, em sua maioria, portugueses, brasileiros, chineses e cubanos.

Apesar do povo em geral ser muito sisudo e formal encontrei muitos angolanos simpáticos e festivos.

Um problema pelo qual passamos foi a dificuldade em sairmos sozinhos. Na verdade nunca o fizemos, isto porque os brancos que estão em Luanda "de passagem" devem evitar sair sozinhos.

Para os que nasceram em Angola ou que lá estão a muitos anos, e que já fazem parte da comunidade, este problema é menor. Em lugares como no shopping, ou no centro foi mais fácil vermos brancos andando sozinhos ou em grupos.

Em algumas oportunidades que nos deslocamos para o centro de Luanda ou passamos por lugares mais populosos, percebemos esta dificuldade. Principalmente quando notavam que estávamos fotografando.

Ouvi alguns deles se referirem a nós como “brancos colonizadores”.

Os próprios angolanos orientam para que não se saia às ruas desacompanhado. Até mesmo estrangeiros que residem em Luanda evitam fazê-lo.

Dependíamos de um nativo para sair e, no nosso caso, o nativo era o nosso motorista.
Resultado ; dizíamos que estávamos em um cárcere privado.

E isto não era só conosco. Pela manhã ficava um monte de gente na frente do hotel aguardando que venham buscá-los.

Minha sobrinha me perguntou o que eles fazem se sairmos sozinhos.
Na realidade não sei muito bem, mas não ousei experimentar para poder dar esta explicação para ela.

Um brasileiro que vive em Angola a 20 anos e que estava dirigindo um comercial para a TV Angolana, falou que é preciso no mínimo três meses para entender os africanos.

O Transito

O transito aqui é um caos e não há muita diferença entre durante a semana e finais de semana.
Segundo nosso motorista, as vans não têm um itinerário.

Os carros particulares são imensos (tipo utilitários) e a maioria, novíssimos (estes são os carros dos ricos). Os dos mais pobres caem aos pedaços. Imaginem isto tudo misturado.

Só vi semáforos em poucas ruas do centro de Luanda e a sinalização é feita pelas placas de transito.

Apesar de toda esta confusão não vi nenhuma briga e nem muito estresse.

Ônibus são raros. Só os vi, em maior quantidade, no centro.

Os candongueiros (como são chamados os motoristas das vans) são os responsáveis por grande parte da locomoção da população de Luanda. Alguns seguem para onde os passageiros querem ir, de modo que a mesma van vai para o centro, para o norte e para o sul e o motorista decide para onde quer ir primeiro. Outros fazem percursos pre-definidos e com tarifa fixa.


Há também os autocarros - carros particulares que fazem o transporte de passageiros de acordo com o que combinam.

Taxis não há, mas tivemos a informação de que no início de janeiro uma empresa estrangeira estará inaugurando a primeira cooperativa de taxis da cidade.

Identifiquei no blog do Felipe Arruda situações muito parecidas com as quais passei. Para quem quer saber mais sobre Luanda, vale a pena conferir.



Belas Shopping

Nosso principal passeio era ao Belas Shopping. Foi lá que jantamos na maioria dos dias em que ficamos em Angola.

O shopping têm oito salas de cinema (confortáveis e espaçosas, com filmes lançados recentemente), uma praça de alimentação com aproximadamente 15 restaurantes, joalherias, lojas de vestuário, livraria Nobel, bancos, etc...

As lojas são de artigos importados e, como não poderia deixar de ser, bastante caros.
Há também um supermercado e um quiosque com lembranças de Angola.



Ás sextas-feiras e aos sábados é comum ver as noivas passeando pelo shopping, com seus convidados, após a cerimônia religiosa.
Nas sextas-feiras desfilam os noivos católicos e aos sábados os evangélicos (esta informação foi dada por uma das organizadoras do curso).

domingo, 20 de dezembro de 2009

A comida

Quando vim para Angola todas as pessoas com quem conversei, e que já tinham vindo a Angola, comentaram a fato de a comida ser muito ruim, mas nunca pensei que fosse tanto.

A culinária é muito baseada na cozinha portuguesa (não que eu não goste da comida portuguesa), só que parece que usam muito o azeite de dendê, no lugar do azeite de oliva.


A foto ao lado é do "gambas", um prato que aparece em todos os cardápios.










Este outro é o "fungi" . É feito como o nosso pirão de farinha, só que mais consistente e sem sal. servido com caldo por cima.

O feijão é quase sempre oferecido com muita carne de porco e legumes (repolho, batata, cenoura). Muito pesado, pelo menos para o costume da região sudeste do Brasil.

O pão é feito com muita massa e isto o torna muito pesado.

Não há variedades de frutas, legumes ou verduras.

A carne de boi tem um aspecto diferente das do Brasil. Não consegui descobrir o porquê. Não sei se é o corte ou o modo de fazer.

Usam também muito tempero ou algum com sabor muito acentuado. Abusam também da pimenta.

O valor das refeições feitas no shopphing e nos restaurantes mais comuns onde fizemos nossas refeições, foi em média de U$ 30,00 (por pessoa).
No melhor restaurante do shopping uma refeição não sai por menos de U$ 60,00 (por pessoa).

Nos mercados há mais opções, principalmente no Jumbo, que fica na parte norte de Luanda, mas mesmo assim alguns produtos são escassos e encontrá-los depende muito da hora em que você está fazendo as compras.

Depois do dia 18/12 começamos a ter mais variedades devido à proximidade do Natal.

O povo

Os angolanos são muito formais e arredios. A impressão que tive é que receiam ser humilhados e por isto, na maioria, das vezes, reagem de modo brusco.

Não gostam de demonstrar que não sabem fazer algo. Ficam horas fazendo a mesma besteira e dificilmente aceitam uma ajuda.

Ouvi, em uma reportagem na TV local, uma artista plástica comentando que os angolanos saltaram de um período longo de guerra para uma situação de crescimento num mundo globalizado, sem que tivessem um período de transição. Hoje estão trabalhando na prestação de serviços, jovens que vieram das províncias para Luanda sem que antes tivessem treinamentos adequados. Para eu essa explicação faz muito sentido.

Creio que será necessário mais umas duas gerações para que possam compreender melhor parte de toda esta confusão do mundo “globalizado”.

Aqui temos que ter cuidado ao tirar as fotos. Eles não gostam. O recomendado é sempre que possível, perguntar se podemos fotografar.

Os mais pobres são mais simpáticos e mais alegres (como em qualquer sociedade, estou chegando à conclusão).

A coisa mais rara de se ver é um idoso.
Pelo menos na aparência os mais velhos que vi devem ter por volta dos 50 anos (e são poucos).
A expectativa de vida aqui é de 40 anos.

Em compensação há muita criança. A média é de 4(quatro) filhos por família.
A explicação que a maioria das pessoas com quem conversei dá é de que na velhice você precisa de amparo e alguns filhos ou morrem ou vão para longe e as pessoas precisam prevenir-se tendo mais filhos na esperança de que algum fique a seu lado. Creio que este receio ainda seja fruto de longo período de guerra por que passaram.


Pensam também em ter filhos muito jovens porque o jovem tem mais disposição para brincar e acompanhar o crescimento dos filhos. Neste ponto acho que são mais sábios do que nós.

Outro fato é que como a expectativa de vida é muito baixa, é preciso ter filhos quando se é jovem para aproveitar a convivência.

As mulheres são as mais sacrificadas. A maioria precisa trabalhar para sustentar a casa e levam os filhos pequenos nas costas. Ficam na beira da estrada vendendo de tudo e caminham léguas com cestos na cabeça.


Outra característica é a morosidade e a desorganização.

Se você quiser jantar às 20:00 é preciso chegar ao restaurante por volta das 17:00.No restaurante do hotel era tragicômico : vinha o primeiro garçom e perguntava o que queríamos.
Escolhíamos o prato e ele dizia que ia ver se tinha (apesar de estar no cardápio).Daí a uns 10 minutos chegava outro e perguntava o que íamos jantar.
Apesar de informar que já havíamos feito o pedido ao colega dele, ele anotava tudo novamente.
Daí a uns 20 minutos volta o primeiro dizendo que não tem a comida que pedimos.
Fazemos então um novo pedido. Uma hora depois chegava o pedido que fizemos primeiro.E o segundo pedido? Não chegava nunca .....

As camareiras abrem todos os quartos para limpa-los.
Começam tirando a roupa de cama de todos. Depois descansam.
20 minutos depois começam a varrer quarto por quarto. Depois descansam.
Depois de algum tempo começam a limpar os banheiros e como não poderia deixar de ser, DESCANSAM.Você entrega a chave pela manhã e quando volta, no final da tarde, elas ainda estão arrumando os quartos.

A sorveteria raramente tem sorvete. Só água.

Minha amiga entrou em pelo menos três lojas do Shopping para fazer compra, mas não conseguiu.
O motivo? As atendentes não sabiam os preços das mercadorias.

sábado, 19 de dezembro de 2009

O Curso


O curso de biblioteconomia foi um dos módulos dos “Cursos de Capacitação para Gestores e Docentes das Instituições de Ensino Superior de Angola” que foi promovido pela Secretaria de Estado de Ensino Superior.

Os consultores vieram do Brasil, de Portugal e do Camboja (uma brasileira que mora no Camboja).

De 16 a 27 de novembro o curso foi dado para o primeiro grupo de formandos e de 02 a 16 de dezembro o curso foi oferecido para o segundo grupo.

A maioria dos formandos da 1ª turma era das universidades de Luanda e no 2º o predomínio foi de formandos vindos das províncias.

Nos dois grupos houve muito interesse e fizeram muitas perguntas sobre como trabalhamos no Brasil.

A maioria das Bibliotecas em Angola funciona mais como salas de leitura. Raramente, e muito raramente, fazem aquisições. Os acervos são constituídos basicamente por doações.

Poucas fazem controle de empréstimos e, na maioria, os professores levam os livros e devolvem quando querem.

Eles eram muito polêmicos e tivemos que tomar o maior cuidado para que não houve confusão a toda hora. Discutiam muito entre eles mesmos. Principalmente por questões políticas.

Apesar do curso ter tido um número de horas/aula insuficiente fiquei muito feliz em ter contribuído para que tivessem a compreensão de que a Biblioteca não é apenas um setor para organização do acervo físico de documentos, mas antes de tudo um espaço onde alunos recebem a orientação necessária a compreensão dos conteúdos vistos em sala de aula e aos professores é oferecido o suporte necessário para elaboração daqueles conteúdos.

A segunda turma teve a iniciativa de criar uma Comissão com o propósito de identificar e buscar soluções conjuntas para os problemas que ocorrem no âmbito das bibliotecas universitárias em Angola.

Perceberam a necessidade de adoção de políticas que facilitem a aproximação e o comprometimento de alunos e professores com a Biblioteca.

Compreenderam a necessidade da adoção de normas e padrões que facilitem a descrição, a localização e a circulação de documentos.

Fui uma experiência muito gratificante. Ensinei e aprendi muita coisa